Mensagem para o Dia da Mãe - 2024
No primeiro Domingo deste mês de maio celebramos o Dia da Mãe. A todas as Mães levamos o nosso apreço e a nossa gratidão.
Para nós cristãos católicos, o Dom da Maternidade surge do coração de Deus, Ele que é Pai e Mãe, e modelou na Virgem Maria de Nazaré toda a beleza e ternura da Maternidade Divina. Através d’Ela, Deus tornou-se próximo de cada um de nós, fez-se um de nós. Por isso, na maternidade de cada mulher podemo-nos encontrar com a nascente da vida e com o autor da Vida. No Amor de cada Mãe aproximamo-nos de modo eloquente do Amor de Deus por cada um de nós. Não duvidamos que o Amor de Mãe é a mais perfeita metáfora do Amor de Deus.
Celebrar o Dia da Mãe, no mês de maio, mês das flores e do coração, é lembrar Maria, aquela que acolheu sempre as preces de todas as Mães sofridas pelos desgostos da vida – dias de sal – ou exultantes pelas alegrias que ao longo do caminho surgem como flores de Esperança – dias de sol! Todas as Mães têm direito ao apoio de todos. Se tivéssemos que sublinhar o acréscimo de apoio a algumas Mães, evidenciaríamos as mais pobres, as mais sós, aquelas que têm de ser mãe e pai.
Como não admirar as Mães que tiveram de enfrentar todas as dificuldades sem a presença responsável e comprometida dos Pais? Como não valorizar a Mães que por adoção deram vida por filhos não biológicos mas de coração? Como não exaltar a heroicidade das Mães que pela morte de seu cônjuge ou companheiro, enfrentaram na solidão a criação e educação dos seus filhos? Em tempos de Paz frágil ou mesmo de países em guerra, lembramos com intensa solidariedade, todas as Mães em territórios exacerbados de violência, em campos de refugiados, em fugas de emergência, em migração forçada e, pior ainda, em luto por filhos perdidos neste contexto desumano.
Ao celebrarmos os cinquenta anos da “Revolução dos Cravos”, com todas a Mães crentes, agradecemos a Deus, por meio da Mãe de Jesus, pelo Dom da Paz que continuamos a experimentar no nosso País. Que as Mães renovem nos corações valores de respeito, tolerância e Paz, e que nos demonstrem pelo seu exemplo e afeto que todos somos filhos, portanto, irmãos. Que prossigam na defesa da dignidade de cada Ser Humano na riqueza das suas diferenças e na diversidade das suas raças, culturas, credos e talentos.
A todas as Mães a nossa renovada gratidão. Pedimos à Mãe das Mães a sua intercessão a fim de as auxiliar na grandeza da sua Missão e para que em todos os filhos desperte a correspondência do reconhecimento e do compromisso no Bem das suas extremosas Mães.
Comissão Episcopal do Laicado e Família, Mensagem para o Dia da Mãe. [26-04-2024]
A arte de ser mãe
Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família para o Dia da Mãe
As mães sabem que não basta dar filhos ao mundo, mas é preciso também dar um mundo aos filhos. Um mundo cheio de valores, de esperança e sonhos.
As mães sabem que ser mãe não é ter, é ser. Ser-se quem se é nos filhos e pelos filhos. As mães são aquelas que amam antes de serem amadas. São aquelas que respondem antes de serem chamadas. São aquelas que beijam antes de serem beijadas. São aquelas que correm para o abraço esquecendo o cansaço. Como ninguém, as mães são capazes de se doar, de perdoar, de compreender, de aceitar e não julgar.
Nenhuma mãe tem em si todas as qualidades humanas e, menos ainda, vive sem erros, mas, apesar de tudo, abraça os filhos tal como são, por poucas qualidades que tenham, por maiores que sejam os seus erros. Uma mãe perdoa sempre. Ainda que de coração sacrificado, prefere pensar que a culpa é sua e não de quem, por vezes, assim a crucifica.
A mãe ensina os filhos a serem mais fortes que os medos, não tanto através de discursos inspirados, mas pela grandeza e humildade do seu exemplo. É capaz de lhes oferecer o mar com um só sorriso e a vida inteira com uma só lágrima, que não será mais que uma gota do imenso mar do seu amor.
Neste tempo de incerteza, confiamos as mães a Maria, que é a mãe de todas as mães. Recordamos as mães que deram à luz durante a pandemia, mães que perderam o emprego ou rendimentos, mães que perderam filhos e estão de luto, mães que lutaram e lutam pela saúde da sua família, mães cuidadoras de idosos e de pessoas com deficiência.
Maria é mãe da esperança, ela que viveu com esta palavra de Simeão: “Uma espada de dor trespassará a tua alma” (Lc 2, 35). Essa alma, por ser toda amor, era infinitamente vulnerável. Quando Maria, durante três dias, andou à procura do seu Filho adolescente, tendo Ele ficado em Jerusalém, quando o seguiu durante a sua vida pública, vendo-o confrontar-se com as incompreensões ou hostilidade de muitos, e – sobretudo – quando o acompanhou no caminho do Calvário, sofreu mais do que qualquer outra mãe.
Contudo, no próprio âmago do seu sofrimento, ela guardou uma confiança inquebrantável. Para lá do seu sofrimento, ela tinha a certeza de que era amada por Deus, mantendo a confiança nele. Maria, que conhece e compreende melhor do que ninguém, os sofrimentos das mães, ensina a viver em paz.
Que as mães não esqueçam que os seus filhos também são filhos de Maria. Com elas, Maria partilha a sua responsabilidade materna, carrega os sofrimentos e as dificuldades dos seus filhos. Com as mães – e ainda mais do que elas – ela deseja a sua felicidade.
Ser mãe é ser feliz somente por ser mãe. Ser mãe é ser amor e amor que ninguém esquece, mas que sempre se agradece.
Que a celebração de mais um Dia da Mãe junte, em coro, as nossas vozes para manifestarmos todo o amor e gratidão para com as nossas mães!
Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família
24 horas para o Senhor
Consagração da Ucrânia e da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
A Conferência Episcopal Portuguesa está em plena sintonia com o Santo Padre, que vai consagrar a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria a 25 de março, durante a Celebração da Penitência às 16h00 na Basílica de São Pedro. O Papa Francisco enviará a Fátima, como Legado Pontifício, o Cardeal Konrad Krajewski, Esmoler Apostólico, o qual fará o ato de consagração na Capelinha das Aparições, também às 16h00, durante a oração do Rosário. Em profunda comunhão com o Santo Padre, os Bispos portugueses procurarão estar presentes nesta celebração em Fátima.
Pede-se que todas as paróquias, comunidades, institutos de vida consagrada e outras instituições eclesiais assumam esta intenção de consagração nas celebrações desse dia, nomeadamente nas Vias-Sacras, nas Eucaristias, na Oração do Rosário e no itinerário “24 horas para o Senhor” que se inicia na tarde desse dia.
Por intercessão do Imaculado Coração de Maria, Rainha da Paz, continuemos a rezar pelo povo ucraniano, perseguido na sua terra e disperso pelo mundo, para que o Senhor atenda as nossas preces e os esforços das pessoas de boa vontade, e lhe conceda a paz e o regresso a suas casas.
Lisboa, 18 de março de 2022
Secretariado Geral da CEP
Uma maioria espiritualmente surda
D. João Marcos, bispo de Beja, na celebração que assinalou os 250 anos da restauração da Diocese (12-07-2020), apelou à transmissão e vivência da fé católica, para ir ao encontro de "uma maioria espiritualmente surda” da comunidade alentejana.
“Anunciar o Evangelho, mais do que transmitir uma doutrina, mais do que comunicar uma moral, mais do que iniciar a uma liturgia, é transmitir a vida de Jesus, filho de Deus. Essa vida não é uma abstração, não é um ideal, é a vida da Igreja, ou seja, a vida que o Espírito Santo suscita e alimenta numa comunidade concreta de irmãos”.
“Sem vida comunitária, ninguém pode evangelizar, porque o seu cristianismo não é autêntico. […] Dos muitos milhares de pessoas batizadas na Igreja Católica, a grande maioria não escuta a Palavra de Deus. Vivem como pagãos. E quando participam num funeral ou num casamento, as palavras de quem preside não são recebidas por essa maioria espiritualmente surda”.
Para D. João Marcos, muitos são “católicos de religião, mas não de fé”, que vivem de forma “superficial” e estão “centrados em si mesmos”. “Estão na Igreja, mas temem a comunidade e vivem profundamente sozinhas, com os seus problemas, que não comunicam a ninguém”.
Dirigindo-se aos participantes na Eucaristia, deixou uma interpelação: “Há uma divisão profunda entre as orações que dizeis e as obras que praticais”.
O bispo de Beja defendeu que, à imagem de Jesus Cristo, a comunidade católica recorra à “ linguagem das parábolas”, um convite que “deixa as pessoas à entrada da porta, na alegria de quem se sente amado por poder escutar, mas na humildade de quem está fora do sentido pleno daquilo que escuta, e precisa de perguntar pela chave necessária para entrar nesse mistério”.
Frisou: “ainda que a situação social não seja, aparentemente, muito favorável, se somos Igreja viva, se o amor a Cristo e ao seu Evangelho nos move, precisamos de lavrar esta terra e de a preparar para produzir uma nova seara. Poderá dar muito ou pouco, mas se não semearmos, seguramente nada produzirá”.
E concluiu afirmando que “Cristo nosso Senhor, a Palavra que desceu do Céu à terra para realizar a sua missão libertadora e regressar ao Pai, Aquele que proclamamos estar no meio de nós, é a Luz do mundo, que resplandece nas trevas. Deixemo-nos guiar por essa Luz! Ela transforma os que a seguem em luzeiros brilhantes no meio das trevas”.
Semana dos Seminários - 2017
A Semana dos Seminários é ocasião privilegiada para que os cristãos tomem consciência da importância do seminário como lugar indispensável para a formação dos futuros pastores da Igreja. Consciência que resulta da reflexão sobre as implicações da formação inicial, feita nos seminários, na missão da Igreja e no futuro da fé; consciência que se desdobra em oração ao Senhor da vinha para que chame trabalhadores para a sua vinha; consciência que se abre ainda à partilha e ajuda material aos seminários.
O lema desta semana é a frase pronunciada por Maria no episódio das Bodas de Caná: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo.2,5). Após a interpelação dirigida a Jesus - «Não têm vinho!», Maria volta-se para os serventes para que estes, seguindo a palavra de Jesus, tudo façam para que a sua Hora chegue. O apelo da Mãe do céu dirige-se agora a todos e a cada um: aos batizados, chamados a servir o Senhor; a todos os que estão em formação nos seminários; àqueles que o servem nos vários ministérios e formas de vida consagrada.
O exemplo de Maria mostra que o fundamental é estar com Jesus, caminhar com Ele, sabendo estar no meio do mundo com atenção às circunstâncias em se pode revelar a novidade de Deus. Como em Caná, tantas situações de carência, dor ou fracasso podem ser ocasião de manifestação da misericórdia divina. Para isso é necessário escutar o que o Senhor diz e acolher a sua palavra no coração. Uma escuta que exige a atenção e o discernimento capazes de interpretar a vontade do Senhor, distinta dos apelos do mundo ou do eco das ambições e motivações individuais. Ele chama alguns à vocação sacerdotal que tem na sua origem «um dom da graça divina que se concretiza na ordenação sacramental. Esse dom exprime-se no tempo pela mediação da igreja que chama e envia em nome de Deus» (Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis, 34).
O apelo de Maria em Caná sublinha o caráter imperativo do Fazer, isto é, a necessidade de levar à prática a palavra escutada. Naquela situação tratou-se de exercitar um serviço concreto: encher as talhas e levar ao chefe de mesa. Desta forma o evangelho evidencia o valor do serviço humilde e dedicado na concretização do que Jesus manda. O serviço é o horizonte proposto a todo aquele que quer ser verdadeiro discípulo de Jesus, de modo específico a quem escuta e responde ao apelo: «Vem e segue-me!». O seminário é tempo de formação na escola do serviço, é caminho de configuração a Cristo, Cabeça, Pastor, Servo e Esposo, de forma que na ordenação presbiteral o candidato seja capaz de um dom total de si ao serviço de Deus e do seu povo.
O cumprimento da frase de Maria conduz à realização do primeiro grande sinal de Jesus – a transformação da água em vinho – e desta forma Ele «manifestou a sua glória e os discípulos creram nele» (Jo.2, 11). Em Caná, Jesus revela-se como o verdadeiro noivo que está presente à humanidade para renovar com ela a aliança nupcial e ajudá-la a reencontrar o caminho da esperança, da alegria, e da paz. No nosso tempo os seminários representam um sinal da esperança para a Igreja e para o mundo porque aqueles que neles se formam em ordem ao ministério sacerdotal serão expressão da presença de Jesus Cristo, o esposo sempre fiel que também hoje quer encher de misericórdia e alegria a humanidade que não desistiu de amar.
O Seminário é tempo de estar com Jesus e de aprender com Ele a viver no meio das realidades do mundo; é tempo para exercitar a escuta e aprofundar o discernimento acerca da vontade de Deus; é tempo de cultivar um coração dócil, livre e generoso para o serviço de Deus e dos irmãos; é tempo para descobrir o estilo mariano da evangelização que valoriza a proximidade, a ternura e o afeto.
Que Maria nos ajude com a sua intercessão materna para que os seminários sejam comunidades onde se formam verdadeiros discípulos missionários e contribuam «para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento de um mundo novo» (Evangelii Gaudium, 288).
+ António Augusto de Oliveira Azevedo
Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios
ORAÇÃO
Deus, nosso Pai, que pela Vossa Palavra
tudo criastes e tudo sustentais,
nós Vos damos graças pelo dom do Vosso Filho, Jesus,
Palavra viva e reconciliadora.
N’Ele manifestais o esplendor da Vossa glória,
para que, acreditando n’Ele,
vivamos segundo a Palavra que nos cria de novo.
Nós Vos bendizemos pelo dom do ministério sacerdotal,
pelo qual associais aos primeiros discípulos,
que acreditaram em Jesus, outros companheiros
que continuam a servir à humanidade o alimento da Palavra,
o banquete da Eucaristia e a via da Reconciliação.
Nós Vos pedimos pelos seminaristas e seus educadores,
para que abram os corações à Palavra
e a vivam com desassombro,
dando testemunho da Vossa alegria no mundo.
Maria, mãe de Jesus e nossa mãe,
vós que conheceis as necessidades humanas
e ensinais a viver como diz o vosso Filho,
abri novos corações para a disponibilidade
de viver ao serviço da alegria.
Maria, repeti hoje aos nossos corações:
“Fazei o que Ele vos disser”. Amen.