PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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III Domingo da Páscoa A

Emaus04aA liturgia deste Domingo convida-nos a descobrir o Cristo vivo, que acompanha os homens pelos caminhos do mundo, muitas vezes sem ser reconhecido. Mas onde o podemos encontrar?

Na primeira leitura, a comunidade cristã transformada pelo Espírito, deixou a segurança das paredes do cenáculo e prepara-se para dar testemunho de Jesus, em Jerusalém e até aos confins da terra. A pregação de Pedro, no dia do Pentecostes, reproduz a catequese que a comunidade cristã primitiva costumava apresentar sobre Jesus – Kerigma.

A segunda leitura convida a contemplar com olhos de ver o projecto salvador de Deus, o amor de Deus pelos homens – expresso na cruz de Jesus e na sua ressurreição. Constatando a grandeza do amor de Deus, aceitamos o seu apelo a uma vida nova.

O Evangelho aponta o caminho para descobrir o Cristo vivo, através do episódio dos Discípulos de Emaús. Tristes e desanimados, decepcionados e frustrados abandonam a comunidade e regressam para casa, dispostos a esquecer o sonho. Aguardavam um Messias glorioso, um Rei poderoso, um Vencedor e encontram-se diante de um derrotado, que tinha morrido na cruz. Aparece um peregrino, que caminha com eles, explica-lhes as Escrituras, enche-lhes o coração de esperança e a senta-Se com eles à mesa para "partir o pão". É aí que os discípulos O reconhecem.


Primeira Leitura (Act 2,14.22-33)
Leitura dos Actos dos Apóstolos
 
No dia de Pentecostes,
Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo:
«Homens de Israel, ouvi estas palavras:
Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós
com milagres, prodígios e sinais,
que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis.
Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus,
vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa.
Mas Deus ressuscitou-O, livrando O dos laços da morte,
porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio.
Diz David a seu respeito:
'O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção.
Destes me a conhecer os caminhos da vida,
a alegria plena em vossa presença'.
Irmãos, seja-me permitido falar vos com toda a liberdade:
o patriarca David morreu e foi sepultado
e o seu túmulo encontra se ainda hoje entre nós.
Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento
que um descendente do seu sangue
havia de sentar-se no seu trono,
viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo,
dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos,
nem a sua carne conheceu a corrupção.
Foi este Jesus que Deus ressuscitou
e disso todos nós somos testemunhas.
Tendo sido exaltado pelo poder de Deus,
recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo,
que Ele derramou, como vedes e ouvis.»

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 15 (16)
Refrão: Mostrai-me, Senhor, o caminho da vida.

Defendei me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas Vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em Vossa presença,
delícias eternas à Vossa direita.


Segunda Leitura (1Pe 1,17-21)
Leitura da Primeira Epístola de São Pedro

Caríssimos:
Se invocais como Pai
Aquele que, sem acepção de pessoas,
julga cada um segundo as suas obras,
vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo.
Lembrai vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro,
que fostes resgatados da vã maneira de viver,
herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Cristo,
Cordeiro sem defeito e sem mancha,
predestinado antes da criação do mundo
e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus,
que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória,
para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.


EVANGELHO (Lc 24,13-35)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Dois dos discípulos de Emaús
iam a caminho duma povoação chamada Emaús,
que ficava a sessenta estádios de Jerusalém.
Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido.
Enquanto falavam e discutiam,
Jesus aproximou Se deles e pôs Se com eles a caminho.
Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem.
Ele perguntou lhes.
«Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?»
Pararam entristecidos.
E um deles, chamado Cléofas, respondeu:
«Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias».
E Ele perguntou: «Que foi?»
Responderam Lhe:
«O que se refere a Jesus de Nazaré,
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes
O entregaram para ser condenado à morte e crucificado.
Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel.
Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu.
É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram:
foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus
e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo.
Mas a Ele não O viram».
Então Jesus disse lhes:
«Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar
em tudo o que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na Sua glória?»
Depois, começando por Moisés e passando por todos os Profetas,
explicou lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito.
Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante.
Mas eles convenceram n'O a ficar, dizendo:
«Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite».
Jesus entrou e ficou com eles.
E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho.
Nesse momento abriram se lhes os olhos e reconheceram n'O.
Mas Ele desapareceu da sua presença.
Disseram então um para o outro:
«Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»
Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém
e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com ele, que diziam:
«Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão».
E eles contaram o que tinha acontecido no caminho
e como O tinham reconhecido ao partir o pão.


ORAÇÃO UNIVERSAL

Caríssimos irmãos:
Oremos a Cristo ressuscitado,
que caminha connosco sem O reconhecermos,
e peçamos-Lhe que ilumine o nosso espírito,
dizendo, cheios de fé:

R. Cristo, ouvi-nos. Cristo, atendei-nos.

1. Pela Igreja, testemunha de Jesus ressuscitado,
pelos catecúmenos que descobrem o Evangelho,
e pelos catequistas que os ensinam e acompanham, oremos.

2. Por aqueles que se dedicam ao bem público,
pelos que servem os mais pobres e infelizes
e pelos que acolhem toda a gente, sem excepção, oremos.

3. Pelos fiéis que nas provações permanecem serenos,
pelos que desanimam como os discípulos de Emaús
e pelos que celebram cada domingo a Eucaristia, oremos.

4. Pelos crentes que dizem a Jesus: “fica connosco”,
pelos jovens que fazem d’Ele o grande amigo
e pelas crianças que O recebem na primeira comunhão, oremos.

5. Por todos nós aqui reunidos em assembleia,
pelos doentes da nossa Paróquia
e por aqueles que já partiram deste mundo, oremos.

6. Por todos os que sofrem as consequências da actual pandemia,
para que Deus nosso Senhor, conceda a cura aos enfermos,
Força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias
e a salvação a todos as vítimas mortais, oremos.

Senhor, Jesus ressuscitado,
que nos resgatastes da vã maneira de viver,
não com ouro ou prata, mas com o vosso próprio sangue,
aquecei-nos o coração com a vossa Palavra
e convidai-nos a comer à vossa mesa.
Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos.


Ressonâncias...

Peregrinos de Emaús

Quem são hoje os Peregrinos de Emaús que, continuam andando pelos caminhos da vida, "tristes"e desanimados?

Talvez também nós estejamos a caminho da nossa Emaús cansados e desiludidos. Caíram os nossos castelos e a vida parece ter perdido sentido. Esperávamos tanto... mas tudo terminou. (Quem sabe lá, a morte de um amigo, um fracasso nos nossos empreendimentos, a família desunida...) É triste quando a esperança morre. Parece que nada mais tem sentido! Somos tentados a abandonar a luta e voltar...

Eles também estavam angustiados por aquilo que aconteceu em Jerusalém. Mas, na medida em que participaram da celebração da palavra e do banquete da fracção do pão, os seus corações abriram-se à luz, a vida do Ressuscitado invadiu as suas almas e fê-los voltar à comunidade.Emaus20

Nesses momentos, mais do que nunca, devemos repetir com os discípulos de Emaús: "Ficai connosco, Senhor". O Caminho percorrido pelos discípulos deve ser o nosso. Ainda hoje é ali que Ele está presente e é ali que O podemos encontrar.

– O nosso Coração "arde" quando escutamos a Palavra de Deus?
– Descobrimos a sua presença no "partir o pão"?

– Partimos com alegria para anunciar o Cristo Ressuscitado, para evangelizar?

Façamos a experiência destes discípulos.

Senhor Jesus ressuscitado,
que nos resgatastes da vã maneira de viver,
não com ouro ou prata mas com o vosso próprio sangue,
acompanhai-nos nos nossos caminhos, abri os olhos a todo aquele que vos procura,
aquecei os nossos corações e convidai-nos a comer à vossa mesa.

 
«Não ardia cá dentro o nosso coração,
quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» (Lc 24, 32)

O coração a arder

Naquele pedaço de estrada que vai de Jerusalém a Emaús Jesus dá-nos um tratado de pedagogia e educação. Se há momentos em que Jesus se revela como Mestre, este é um deles. E quando recordamos os mestres da nossa vida, professores e outros, vemos como muita riqueza daquilo que somos se deve tanto ao que eles foram para nós! Apareceram no nosso caminho, escutaram as nossas questões profundas, abriram-nos o pensamento e fizeram arder o coração pelo conhecimento, transmitiram o saber com a própria vida. Que Jesus me perdoe esta ousada comparação, mas todo o aprender também culmina na entrega de vida que se celebra.

Quase a terminar o ano escolar em que o terceiro período é um "vê se te avias", pelo curto tempo de aulas, pego no pequeno livro do professor António Estanqueiro sobre o papel dos professores, intitulado "Boas Práticas na Educação", e sinto-me a refazer o caminho de Emaús. Nele ressalta logo a voz de alguns dos mil testemunhos de alunos do 12º ano de várias escolas, que relatam experiências positivas e negativas da sua relação com os professores. Com uma simplicidade de linguagem e uma experiência profunda, o autor guia professores e educadores numa reflexão prática na missão de "formar pessoas, despertar vocações e construir futuros". Sem ceder à tentação do facilitismo diz: "O papel do professor é formar o aluno e prepará-lo para as exigências da vida, não é aumentar o sucesso estatístico, tão desejado pelos governantes!"

"Fazer arder o coração" poderia ser o belo nome de educar e também de evangelizar. Antes dos conteúdos interessam as pessoas e o cuidado com que se escutam os seus anseios, as dúvidas, as confianças feridas. É preciso fazer caminho lado a lado, descer de alguns pedestais ou carruagens. Não se ajuda a crescer à distância nem à pressa. Não se educa nem se evangeliza sem um amor verdadeiro àqueles com quem nos propomos fazer caminho. E é um caminho de cumplicidade, que vai propondo pistas de reflexão, que traz novos pontos de vista, que semeia desejo de saber mais, que faz ousar o convite: "Fica connosco!". Não podemos levar o bom professor ou professora para nossa casa mas, de algum modo, ele não habita a casa interior de cada um? E poderei dizer-me cristão se não convidar Jesus ao mais íntimo de mim mesmo, a esta casa onde só deixo entrar quem amo?

As palavras consumam-se no gesto. Se no aprender essa consumação é conhecimento adquirido, formação global, crescimento humano, no evangelho transmitido ela é entrega de vida, pão partido sinal de um amor até ao fim, fogo aceso na noite para levar a outros a feliz notícia. O encontro com a verdade é sempre encontro com o profundo de nós mesmos e com Deus que caminha e se senta connosco à mesa da alegria! Vamos lá fazer arder os corações?

P. Vítor Gonçalves

"Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia está no ocaso” (Lc 24, 29)

Fica connosco, Senhor, acompanha-nos mesmo se nem sempre te soubemos reconhecer. Fica connosco, porque se vão tornando mais densas à nossa volta as sombras, e tu és a Luz; em nossos corações insinua-se o desespero, e tu os fazer arder com a esperança da Páscoa.

Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas da tua ressurreição.

Fica connosco, Senhor, quando à volta da nossa fé católica surgem as nuvens da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina as nossas mentes com a tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti.

Fica nas nossas famílias, ilumina-as nas suas dúvidas, ampara-as nas suas dificuldades, conforta-as nos seus sofrimentos e na fadiga quotidiana, quando à sua volta se adensam sombras que ameaçam a sua unidade e a sua natureza.

Tu que és a Vida, permanece nos nossos lares, para que continuem a ser berços onde nasce a vida humana abundante e generosamente, onde se acolhe, se ama, se respeite a vida desde a sua concepção até ao seu fim natural.

Permanece, Senhor, com os que nas nossas sociedades são mais vulneráveis; permanece com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontraram espaços e apoio para expressar a riqueza da sua cultura e a sabedoria da sua identidade.

Permanece, Senhor, com as nossas crianças e com os nossos jovens, que são a esperança e a riqueza do nosso Continente, protege-os das tantas insídias que atentam contra a sua inocência e contra as suas legítimas esperanças.

Oh Bom Pastor, permanece com os nossos idosos e com os nossos enfermos! Fortalece todos na sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!
Amém!

(Oração do Papa Bento XVI para a conclusão do documento de Aparecida
na V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe)


Eu tento-Te ao meu lado e não te vejo,
– Sou como os Peregrinos de Emaús!
Mas basta que Tu soltes um lampejo,
P'ra que, em verdade, eu diga: «Este é Jesus!»
 
Vivo a buscar-Te no maior desejo,
Vivo a buscar-Te por atalhos nus...
E tenho-Te ao meu lado, e não Te vejo,
– Sou como os Peregrinos de Emaús.
 
Na graça que semeias e derramas,
Meus tristes olhos limpa-mos de escamas,
P'ra que mos cegue todo o Teu fulgor!
 
Pois sendo como sou de argila impura,
Como é que posso erguer-me a essa altura,
Sem que me venhas ajudar, Senhor?!
 
António Sardinha

Bendizemos-Te, Pai,
porque Cristo ressuscitado
vem romper os ferrolhos das nossas portas
e corações, fechados pelo medo, pela dúvida,
pela apatia e desânimo.
 
Custa-nos a crer que Cristo esteja verdadeiramente vivo,
hoje como ontem, e que partilhe connosco a mesa
e o pão da esperança.
E contudo, é seguro: Jesus é o Senhor ressuscitado!
Ele faz brilhar na noite a aurora da ressurreição
para os que crêem apesar da escuridão e do medo.
 
Não permitas, Senhor,
que ponhamos resistências a acreditar em Ti.
Dá-nos o teu Espírito para que, diante dos nossos irmãos,
sejamos testemunhas valentes
da tua salvação e do teu amor de Pai. Amen.
 

 

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