PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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II Domingo do Tempo Comum - B

Cham14Iniciamos o Tempo Comum. A liturgia deste Domingo propõe-nos uma reflexão sobre a disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.

A primeira leitura apresenta-nos o chamamento de Samuel. O autor deixa claro que o chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. Ao homem é pedido que se coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a sua voz.

Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus.

O Evangelho descreve o encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos. Quem é "discípulo" de Jesus? Quem pode integrar a sua comunidade? Na perspectiva de João, o discípulo é aquele que é capaz de reconhecer no Cristo que passa o Messias libertador, que está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na sua casa e para viver em comunhão com Ele, que é capaz de testemunhar Jesus e de anunciá-l'O aos outros irmãos.


Primeira Leitura (1 Sam 3, 3b-10.19)
Leitura do Primeiro Livro de Samuel

Naqueles dias,
Samuel dormia no templo do Senhor,
onde se encontrava a arca de Deus.
O Senhor chamou Samuel
e ele respondeu: «Aqui estou».
E, correndo para junto de Heli, disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Mas Heli respondeu:
«Eu não te chamei; torna a deitar-te».
E ele foi deitar-se.
O Senhor voltou a chamar Samuel.
Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Heli respondeu:
«Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te».
Samuel ainda não conhecia o Senhor,
porque, até então,
nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor.
O Senhor chamou Samuel pela terceira vez.
Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse:
«Aqui estou, porque me chamaste».
Então Heli compreendeu que era o Senhor
que chamava pelo jovem.
Disse Heli a Samuel:
«Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde:
'Falai, Senhor, que o vosso servo escuta'».
Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se.
O Senhor veio,
aproximou-Se e chamou como das outras vezes:
«Samuel! Samuel!»
E Samuel respondeu:
«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».
Samuel foi crescendo;
o Senhor estava com ele
e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 39 (40)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

Esperei no senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade.


Segunda Leitura (1 Cor 6, 13c-15a.17-20)
Início da primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor,
e o Senhor é para o corpo.
Deus, que ressuscitou o Senhor,
também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo?
Aquele que se une ao Senhor
constitui com Ele um só Espírito.
Fugi da imoralidade.
Qualquer outro pecado que o homem cometa
é exterior ao seu corpo;
mas o que pratica a imoralidade
peca contra o próprio corpo.
Não sabeis que o vosso corpo
é templo do Espírito Santo,
que habita em vós e vos foi dado por Deus?
Não pertenceis a vós mesmos,
porque fostes resgatados por grande preço:
glorificai a Deus no vosso corpo.


Evangelho (Jo 1, 35-42)
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. João

Naquele tempo,
estava João Baptista com dois dos seus discípulos
e, vendo Jesus que passava, disse:
«Eis o Cordeiro de Deus».
Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras
e seguiram Jesus.
Entretanto, Jesus voltou-Se;
e, ao ver que O seguiam, disse-lhes:
«Que procurais?»
Eles responderam:
«Rabi – que quer dizer 'Mestre' – onde moras?»
Disse-lhes Jesus: «Vinde ver».
Eles foram ver onde morava
e ficaram com Ele nesse dia.
Era por volta das quatro horas da tarde.
André, irmão de Simão Pedro,
foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus.
Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe:
«Encontrámos o Messias» - que quer dizer 'Cristo' –;
e levou-o a Jesus.
Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe:
«Tu és Simão, filho de João.
Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer 'Pedro'.


Ressonâncias

Terminadas as festas do Tempo do Natal do Senhor, estamos a iniciar o Tempo Comum. Comum do dia-a-dia, da vida simples, vivida na presença do Senhor que está sempre presente na Sua Igreja na força do seu Espírito Santo, dando vigor à Palavra e eficácia aos sacramentos.

As leituras que acabamos de escutar falam-nos de um Deus que chama, que entra na nossa vida e nos dirige o seu apelo. Foi assim com Samuel, com os primeiros discípulos, e lá vão eles: "Rabi, onde moras?" E Jesus convida-os: "Vinde e ver. Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia". Deve ter sido uma experiência única, porque o evangelista diz que "era por volta das quatro horas da tarde". Tão intensa deve ter sido a experiência de estar com Jesus que sentiram vontade de a partilhar com os outros. André foi procurar o seu irmão Simão e disse-lhe: "Encontrámos o Messias". De seguida, convida-o a conhecer Jesus. Este Simão, que conheceu Jesus pelo seu irmão André, será Pedro, o primeiro dos Apóstolos.

É impressionante, quase que inacreditável, que Deus nos conheça pelo nome, que o Senhor nos chame e nos queira companheiros no caminho da vida. Também nós somos conhecidos pelo nome, os nossos passos, o nosso coração, a nossa vida são conhecidos pelo Senhor. E Ele chama-nos com amor. A nós, que procuramos a felicidade e a realização na vida, o Senhor também dirige a mesma pergunta: "O que procurais?" Fiquemos com o Senhor e encontraremos aquilo que o nosso coração procura, aquilo que faz a vida valer a pena.

Mas, esse "estar com o Senhor", esse "permanecer com Ele", que é o início da própria vida eterna já neste mundo, não se pode dar sem que realmente sejamos de Cristo, com todo o nosso ser, corpo e alma. Aqui aparece com toda clareza a urgência e a actualidade da advertência de São Paulo, feita aos coríntios e a nós. Corinto era uma cidade particularmente devassa. E, como hoje, os cristãos eram tentados a "corintiar", a entrarem na onda, achando tudo normal, moderno e compatível com a fé.

Durante cinco domingos, na segunda leitura iremos ler, esta carta de São Paulo aos Coríntios. É um texto que fala sobre as implicações éticas da fé em áreas diversas. Hoje, por exemplo, S. Paulo recorda-nos a importância do corpo a partir de uma antropologia cristã: "O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo". Esta frase diz-nos que Jesus pede uma vida coerente com a fé (as obras coerentes com a fé que se professa).

Como Samuel e com a ajuda da comunidade cristã, temos que ir descobrindo o chamamento que o Senhor continua a fazer na nossa vida. Há que reconhecer a voz de Deus em todos os momentos para responder com confiança e convicção: "Fala, Senhor, que o teu servo escuta". Também nós podemos ter a mesma experiência dos discípulos com Jesus: querer conhecê-l'O, procurá-l'O, segui-l'O, ficar com Ele, dar testemunho. A vida cristã é seguir Jesus, é um caminho que se percorre na vida de todos os dias.


O dia mais importante

Era por volta das 4 hora da tarde. É surpreendente esta recordação que os discípulos têm do primeiro encontro com Jesus. Foi uma experiência fascinante que nunca mais esqueceram, lembrando-se de pormenores como a hora precisa, o que estavam a fazer, onde, com quem estavam, etc...

Perguntei a uma criança:
— E para ti qual é o dia mais importante ou mais feliz?
— Foi o dia da minha Primeira Comunhão, respondeu.
Recordei que até o Imperador Napoleão respondeu assim. Para ele o dia mais feliz não foi quando venceu a maior batalha ou quando foi coroado imperador, mas o da Primeira Comunhão. E a criança ficou satisfeita com a coincidência.

— E tu és capaz de adivinhar, agora, qual é o diaHoje mais importante para mim?
A resposta surgiu em avalanche: foi o dia em que entrou no seminário, o dia da ordenação sacerdotal, o dia da primeira Missa...
— Nada disso. O dia mais importante para mim é hoje. Por isso não tenho saudades do passado. Hoje é mais importante que ontem e amanhã ainda melhor que hoje.

Que todos possamos viver com toda a intensidade o dia de hoje, como encontro pessoal com Deus, sentindo os seus efeitos e progredindo no seu caminho, tal como os primeiros discípulos experimentaram.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

"Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia." (Jo 1, 39)

Aprender caminhando

O convite a caminhar tornou-se o "remédio"JC23 mais prescrito por todas as especialidades da medicina. "Faça isto, tome aquilo e, se possível...caminhe", passaram a dizer os médicos para termos uma vida saudável. E parece que é mesmo verdade: caminhar faz bem. O filósofo Aristóteles, que tinha por método o ensino ao ar livre e em longas caminhadas, tinha fundado a escola peripatética (a "daqueles que passeiam") e Jesus chama os seus discípulos "para andarem com Ele" (Mc 3, 14). O convite que Jesus fez aos dois discípulos depois de lhe perguntarem onde morava aponta o movimento constante de uma intimidade que não se instala. O conhecimento implica a experiência pessoal, a fé supõe encontro e caminho feito ou a fazer em comum.

"Parar é morrer" diz a sabedoria popular e nestes dias difíceis não podemos deixar que vença essa "pequena morte". São escandalosos os contrastes de rendimentos, desvaloriza-se o tesouro do trabalho humano, fragiliza-se a confiança e sentimo-nos perdidos entre a sobrevivência e o sonho. Sente-se a dor dos mais jovens que não falam em futuro e quase não têm memória histórica (e podemos aprender tanto com o passado!), e também a dos mais velhos que parecem antecipadamente despedidos da vida, julgados inúteis ou incapazes. Mas há também o desejo de aprender a viver de um modo novo. Talvez mais simples, mais centrado no essencial, valorizando mais as pessoas do que as coisas. Quando voltamos a calçar as sapatilhas para fazer uma caminhada ou uma corrida, a primeira tentação é desistir porque todos os músculos estão emperrados e doem imenso. O grande segredo está em caminhar com outros, em fazer da fragilidade de todos uma força que anima a prosseguir.

O encontro com Jesus revoluciona a vida. Da beira do rio e do ofício de pescadores os primeiros discípulos são lançados no turbilhão de uma boa nova que não deixa nada na mesma. Que não se acomoda nem procura estatuto, que não se deixa aprisionar na riqueza nem no poder estabelecido, que convoca dons e capacidades para fazer melhor. Esta boa nova que não cessa de propor ideias novas, caminhos a fazer em comum, transformação de mentalidades e de hábitos. A boa nova que é caminhar com Jesus e entender a fé como caminho.

Se aos primeiros discípulos de Jesus chamavam "os do Caminho", percebemos melhor que acreditar em Jesus é, acima de tudo, caminhar com Ele. E não caminhamos com Ele sem caminhar com outros. Em comunidade que sofre e se alegra juntamente. Como convida o Papa Bento XVI a Igreja a vivermos um "Ano da Fé", de Outubro deste ano a Novembro de 2013, nos 50 anos do Concílio Vaticano II e nos diz: "A fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e comunicada como experiência de graça e de alegria."

Pe. Vítor Gonçalves
in Voz da Verdade, 15-01-2012

 

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