PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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II Domingo da Quaresma - B

Tabor1Neste Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projectos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai.

Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão como paradigma de uma certa atitude diante de Deus. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total. Soube escutar o Senhor e seguir a sua Palavra sem condições: renunciou o passado, quando deixou a sua terra e a sua gente; agora está disposto a sacrificar também o futuro, oferecendo o filho Isaac, depositário das promessas. Percebe o plano de Deus e segue-o de todo o coração. A sua obediência tornou-se uma fonte de vida para ele, para a sua família e para todos os povos.

Na segunda leitura, São Paulo retoma a figura de Isaac, subindo o monte Moriá, com a lenha do sacrifício às costas, como imagem de Cristo que também sobe o monte Calvário, carregando às costas o lenho da Cruz.

O Evangelho fala da fé dos Apóstolos. Na caminhada para Jerusalém, o primeiro anúncio da Paixão e Morte de Jesus abalou profundamente a fé dos apóstolos. Desmoronaram os seus planos de glória e de poder. Para fortalecer essa fé ainda tão frágil, Cristo tomou três deles, subiu o Tabor e "transfigurou-se..." Proposta de Pedro: "É bom estarmos aqui! Vamos fazer três tendas." Proposta de Deus: "Este é o meu Filho amado, escutai-O!".


LEITURA I – Gen 22,1-2.9a.10-13.15-18
Leitura do Livro do Génesis

Naqueles dias,
Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o:
«Abraão!»
Ele respondeu: «Aqui estou».
Deus disse: «Toma o teu filho,
o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac,
e vai à terra de Moriá,
onde o oferecerás em holocausto,
num dos montes que Eu te indicar.
Quando chegaram ao local designado por Deus,
Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele.
Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho.
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu:
«Abraão, Abraão!»
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele.
O Anjo prosseguiu:
«Não levantes a mão contra o menino,
não lhe faças mal algum.
Agora sei que na verdade temes a Deus,
uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu único filho».
Abraão ergueu os olhos
e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado.
Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho.
O Anjo do Senhor chamou Abraão do Céu pela segunda vez
e disse-lhe:
«Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor –
já que assim procedeste
e não Me recusaste o teu filho, o teu único filho,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência
como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar,
e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz,
na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 115 (116)

Refrão: Andarei na presença do Senhor sobre a terra dos vivos.

Confiei no Senhor, mesmo quando disse:
«Sou um homem de todo infeliz».
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo,
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.


LEITURA II – Rom 8,31b-34
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
Deus, que não poupou o seu próprio Filho,
mas O entregou à morte por todos nós,
como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas?
Quem acusará os eleitos de Deus?
Deus, que os justifica?
E quem os condenará?
Cristo Jesus, que morreu, e mais ainda, que ressuscitou
e que está à direita de Deus e intercede por nós?


EVANGELHO – Mc 9,2-10
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João
e subiu só com eles
para um lugar retirado num alto monte
e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes,
de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra
as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
«Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas:
uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra
e da nuvem fez-se ouvir uma voz:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor,
não viram mais ninguém,
a não ser Jesus, sozinho com eles.
Ao descerem do monte,
Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação,
mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.


RessonânciasTabor2

Ao transfigurar-se junto dos discípulos, Jesus revela a glória da Ressurreição, e atesta que Ele é o filho amado de Deus Pai, apesar da Cruz que se aproxima.
As figuras de Elias e Moisés ressaltam que a Lei e as Profecias realizam-se plenamente em Jesus.
Na nossa caminhada para a Páscoa, somos também convidados a subir com Jesus a montanha e, na companhia dos três discípulos, viver com Ele a alegria da comunhão. As dificuldades da caminhada não podem fazer desanimar-nos. No meio dos conflitos, o Pai mostra-nos sinais da ressurreição e do alto daquele monte Ele continua a proclamar: "Este é o meu Filho amado, escutai-O". Não desanimemos, os planos de Deus não conduzem ao fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade sem fim.

O que é ter fé?
Será apenas uma adesão da inteligência a algumas verdades, que decoramos na catequese? Não será mais do que isso?
A é a adesão da nossa vida a Deus; é acolher Aquele que quer fazer a sua história connosco; é fazer a Sua vontade (tanto no Tabor, como no Calvário); é um dom gratuito de Deus (não foi Abraão que tomou a iniciativa).
A exige uma resposta da pessoa a uma palavra, a uma Promessa; um Serviço pronto e generoso na Obra de Deus; uma Ruptura: deixar a terra dos ídolos que nos prende; e abraçar o desconhecido. (A experiência de Abraão).

Escutar atentamente tudo o que Jesus diz, seguindo seus passos com confiança total, mesmo nos momentos difíceis e incompreensíveis;
Reconhecer esse Cristo desfigurado, presente na pessoa do irmão sobretudo nos excluídos e nos oprimidos pela violência. É fácil reconhecer o Cristo transfigurado no Tabor; mais difícil é reconhecê-lo desfigurado no Monte Calvário; mais difícil é descer o monte, ir ao encontro do Cristo desfigurado na pessoa do irmão...

Não podemos ficar no Monte de braços cruzados. Devemos agir na transfiguração desses irmãos desfigurados. Todos somos convidados a ser Missionários da Transfiguração. O Cristo glorioso não deve ser motivo para fugir das realidades concretas da vida, onde ele nos chama ao serviço. Pelo contrário, o Cristo desfigurado na pessoa de tantos oprimidos aguarda ser transfigurado pela nossa acção.


Subir!
Abraão foi convidado a subir ao monte. Jesus tomou consigo os discípulos e subiu com eles. O Imperativo desta segunda semana da Quaresma é: SUBIR. Nada de ceder ao comodismo, à preguiça, à satisfação consigo próprio.

Pedro estava satisfeito: «É bom estarmos aqui...» Sim, mas só o tempo suficiente para ouvir a voz do Pai, para saber que o caminho só termina na ressurreição. Até lá, é preciso subir, vencer os obstáculos, dar a mão aos que têm medo, pôr em marcha os que pararam: fosse por preguiça, fosse por não saberem porquê nem para quê subir. Só se constrói um mundo melhor quando acreditamos.

Nesta semana, vence a preguiça, vence o comodismo, vai encher de esperança com a tua palavra, a tua visita o doente teu vizinho, o idoso que vive só, o jovem que procura emprego.

É proibido estacionar! É proibido ficar parado!


Está nos olhos

Cinco amigos procuravam ouro num monte. Depois de um mês encontraram aquilo que se pode chamar um tesouro. No Domingo seguinte, como sempre, desceram até à aldeia vizinha para um pouco de convívio. Mas antes juraram mutuamente não falar a ninguém do seu achado. Ao regressarem ao trabalho deram conta, espantados, de que vários homens os seguiam. Olharam uns para os outros à procura do traidor — alguém dera à língua...
— Foste tu?
— Eu não.
E todos negaram, ninguém dissera nada. Felicidade2Voltaram-se para os que os seguiam e perguntaram:
— Porque nos seguis?
— Porque encontrastes ouro.
— Quem vos disse?
— Ninguém.
— Então como sabeis?
Ouviram então a resposta mais maravilhosa de toda a sua vida:
— Como sabemos? Vê-se-vos nos olhos!

O mesmo aconteceu no Monte Tabor. Jesus pediu que não falassem a ninguém dessa experiência. Os outros deviam descobrir por si nos olhos, espelho da sua alma.

E eu interrogo-me: notar-se-á em nós, cristãos, que encontrámos a Cristo, o tesouro da nossa felicidade. Porque deveria ver-se nos nossos olhos! Ao falar do Transfigurado, notarão os meus ouvintes que acredito n'Ele? Gostaria muito que assim fosse.

Pe. José David Quintal Vieira, scj

«Seis dias depois,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João,
e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte
e transfigurou-Se diante deles.» (Mc 9, 2).

Pede à Quaresmaperegrino
que te ensine o caminho da montanha.

Para que ouses subir ao lugar do encontro
com o Deus da vida e da história.

Na montanha contemplarás o Rosto.
E fixarás n'Ele o olhar.
E descobrirás n'Ele o teu rosto.
E contemplarás todos os horizontes.
Os do teu coração
e todos aqueles onde o humano
se espraia em tantos desafios.

Pede à Quaresma
que te ensine o caminho da montanha.

E ousarás descer
para que o teu olhar de encantamento

incendeie a vida por onde passas.
E sejas sinal de ressurreição.

Senhor Jesus, fonte de luz,
Palavra do Pai, presença consoladora,
questionas a minha preguiça espiritual
sempre que me convidas a subir.

Neste espaço em que me habitas,montanha
contemplo o mistério do teu estar,
a luminosidade do teu ser
e vislumbro o segredo do amor do Pai,
que me convida a escutar-Te.

Senhor, minha luz,
dissipa as minhas trevas...
e lança-me no vale da missão...

Quero estar contigo,
porque é bom, mesmo na dúvida,
saborear a tua presença.
Amen.

Reflexão de Fr. Enzo Bianchi

Se o primeiro Domingo da Quaresma nos apresentou Jesus em confronto com a tentação, face a face com Satanás na solidão do deserto, este segundo Domingo mostra-nos Jesus que conhece a transfiguração do seu rosto e de toda a sua pessoa, tornando-se participante da indizível glória do Pai. No itinerário quaresmal, a transfiguração de Jesus indica o fim a que tende este caminho: a ressurreição, de que a transfiguração é antecipação e profecia.

Alguns dias depois de ter anunciado aos seus discípulos a necessidade da sua morte e ressurreição (cf. Lucas 9, 22) e de lhes ter exposto com clareza as condições para o seguir nesse caminho (cf. Lucas 9, 23-26), Jesus «levando consigo Pedro, João e Tiago» – os discípulos que lhe eram mais íntimos – «subiu ao monte para orar». Lucas é o evangelista que mais insiste na oração de Jesus: Ele reza no momento do baptismo recebido de João (cf. Lucas 3, 21), reza antes de escolher os Doze (cf. Lucas 6, 12-13), reza na iminência da sua paixão (cf. Lucas 22, 39-46)...

Também a transfiguração de Jesus ocorre no contexto da sua oração, no mistério do seu encontro pessoalíssimo com o Pai: «Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se». A oração é para Jesus espaço de acolhimento em si da presença de Deus. Presença que é santidade, isto é, alteridade capaz de transfigurar aquele que aceita acolhê-la radicalmente na sua vida. A alteração no rosto de Jesus manifesta que agora ele narra o rosto invisível de Deus (cf. João 1, 18). A oração, além disso, é comunicação de Deus a Jesus mediante a sua “conversação” com Moisés e Elias, que personificam a Lei e os Profetas, ou seja, a Escritura do Antigo Testamento.

Sim, a oração de Jesus é essencialmente escuta da Palavra de Deus contida na Escritura, uma escuta que se torna encontro com quem é vivente em Deus, uma verdadeira experiência da comunhão dos santos. É nesta oração que Jesus encontra a confirmação do seu caminho, orientado agora para a paixão, morte e ressurreição, em continuidade com a história da salvação conduzida por Deus com o seu povo. É por isso que Moisés e Elias «falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém». Não por acaso, pouco depois especifica-se que Jesus voltará resolutamente o seu rosto e os seus passos para a cidade santa (cf. Lucas 9, 51), decidido a viver o que na oração compreendeu ser a sua missão.

«Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.» Mas esta experiência extraordinária, que custa o preço da luta para permanecer vigilante, dura um momento: a transfiguração de Jesus é antecipação da comunhão que espera todos os homens no Reino, é a primícia do mundo completamente sujeito ao sinal da beleza de Deus; mas precisamente é só uma primícia... É por isso que enquanto Pedro, sem saber verdadeiramente aquilo que diz, pede a Jesus para prolongar essa experiência através da construção de três tendas, a nuvem da presença de Deus envolve-os, e dela vem uma voz que proclama: «Este é o meu Filho predileto. Escutai-o».

O grande mandamento «escuta Israel» (Deuteronómio 6, 4) agora ressoa como «escutai-o, o Filho», a Palavra feita carne em Jesus (cf. João 1, 14), o homem no qual a Escritura encontra o seu cumprimento (cf. Lucas 24, 44). Eis o essencial da nossa fé!

O Evangelho deste Domingo coloca-nos portanto em guarda: Jesus não pode ser a projeção dos nossos desejos mas é o Jesus Cristo segundo as Escrituras, e para o conhecer é preciso escutar, meditar e rezar a Palavra contida em toda a Escritura. Tudo isto tendo consciência de que a oração não nos dispensa do esforço quotidiano da obediência a Deus através de Jesus Cristo, ou seja, do cumprimento da nossa vocação pessoal; pelo contrário, a oração ajuda-nos a preencher essa vocação de sentido porque transfigura os acontecimentos e as relações de todos os dias. Foi assim com Jesus, pode ser assim também para nós.

Prior do Mosteiro de Bose

 

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