PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4

Domingo de Ramos - B

DRamos1

Com o Domingo de Ramos começamos a Semana Santa, a Semana Maior. Somos convidados a contemplar o grande amor de Deus, que desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se homem, deixou-se matar pela nossa salvação. É uma oportunidade para reviver os mistérios centrais da Redenção.

A Liturgia de hoje lembra-nos dois factos: a Entrada de Jesus em Jerusalém; e a Paixão de Nosso Senhor. Na primeira parte, prevalece o clima de alegria, com a entrada de Jesus em Jerusalém montado sobre um jumento, à semelhança de um rei vitorioso; na segunda parte, a abertura da Semana Santa, através das leituras bíblicas:

A primeira Leitura apresenta a figura do "Servo Sofredor". Ele recebe a missão profética que se concretiza no sofrimento e na dor. Do aparente insucesso no sofrimento resulta o perdão do pecado do Povo. Os cristãos vêem neste "Servo" a figura de Jesus.

O Salmo 21 lembra as palavras mencionadas por Cristo na Cruz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?"

A segunda Leitura apresenta o exemplo de Cristo, que escolheu a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É o caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho apresenta-nos dois momentos da vida de Cristo: o triunfo, com a entrada solene de Jesus em Jerusalém – o Povo reconhece que Ele é o Salvador e aclama-o; e a humilhação, com a leitura da Paixão – é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total para a humanidade.


LEITURA I – Is 50,4-7
Leitura do Livro de Isaías

O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo,
para que eu saiba dizer uma palavra de alento
aos que andam abatidos.
Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos,
para eu escutar, como escutam os discípulos.
O Senhor Deus abriu-me os ouvidos
e eu não resisti nem recuei um passo.
Apresentei as costas àqueles que me batiam
e a face aos que me arrancavam a barba;
não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam.
Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio,
e, por isso, não fiquei envergonhado;
tornei o meu rosto duro como pedra,
e sei que não ficarei desiludido.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 21 (22)
Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Todos os que me vêem escarnecem de mim,
estendem os meus lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre,
Ele que o salve, se é meu amigo».

Matilhas de cães me rodearam,
cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O,
glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob,
reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel.


LEITURA II – Filip 2,6-11
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos FilipensesPaix032a

Cristo Jesus, que era de condição divina,
não Se valeu da sua igualdade com Deus,
mas aniquilou-Se a Si próprio.
Assumindo a condição de servo,
tornou-Se semelhante aos homens.
Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais,
obedecendo até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes,
para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem
no céu, na terra e nos abismos,
e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.


EVANGELHO – Mc 14,1 - 15,47
N Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

N Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos
e os príncipes dos sacerdotes e os escribas
procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traiçãopalma
para Lhe darem a morte.
Mas diziam:

R «Durante a festa, não,
para que não haja algum tumulto entre o povo».

N Jesus encontrava-Se em Betânia,
em casa de Simão o Leproso,
e, estando à mesa,
veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro
com perfume de nardo puro de alto preço.
Partiu o vaso de alabastro
e derramou-o sobre a cabeça de Jesus.
Alguns indignaram-se e diziam entre si:

R «Para que foi esse desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de duzentos denários
e dar o dinheiro aos pobres».

N E censuravam a mulher com aspereza.
Mas Jesus disse:

J «Deixai-a. Porque estais a importuná-la?
Ela fez uma boa acção para comigo.
Na verdade, sempre tereis os pobres convosco
e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem;
Mas a Mim, nem sempre Me tereis.
Ela fez o que estava ao seu alcance:
ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura.
Em verdade vos digo:
Onde quer que se proclamar o Evangelho,
pelo mundo inteiro,

dir-se-á também em sua memória, o que ela fez».

N Então, Judas Iscariotes, um dos Doze,
foi ter com os príncipes dos sacerdotes
para lhes entregar Jesus.
Quando o ouviram, alegraram-se
e prometeram dar-lhe dinheiro.
E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus.

N No primeiro dia dos Ázimos,
em que se imolava o cordeiro pascal,
os discípulos perguntaram a Jesus:

R «Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?»

N Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes:

J «Ide à cidade.
Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água.
Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
'O Mestre pergunta: Onde está a sala,
em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?'
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior,
alcatifada e pronta.
Preparai-nos lá o que é preciso».

N Os discípulos partiram e foram à cidade.
Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito
e prepararam a Páscoa.
Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze.
Enquanto estavam à mesa e comiam,
Jesus disse:

J «Em verdade vos digo:
Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me».

N Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:

R «Serei eu?»

N Jesus respondeu-lhes:

J «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato.
O Filho do homem vai partir,
como está escrito a seu respeito,
mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído!
Teria sido melhor para esse homem não ter nascido».

N Enquanto comiam, Jesus tomou o pão,
recitou a bênção e partiu-o,
deu-o aos discípulos e disse:

J «Tomai: isto é o meu Corpo».

N Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho.
E todos beberam dele.
Disse Jesus:

J «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança,
derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo:
Não voltarei a beber do fruto da videira,
até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».

N Cantaram os salmos e saíram para o Monte das Oliveiras.

N Disse-lhes Jesus:

J «Todos vós Me abandonareis, como está escrito:
'Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas'.
Mas depois de ressuscitar,
irei à vossa frente para a Galileia».

N Disse-Lhe Pedro:

R «Embora todos te abandonem, eu não».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Em verdade te digo:
Hoje, esta mesma noite, antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás».

N Mas Pedro continuava a insistir:

R «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei».

N E todos afirmaram o mesmo.
Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani
e Jesus disse aos seus discípulos:

J «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar».

N Tomou consigo Pedro, Tiago e João
e começou a sentir pavor e angústia.
Disse-lhes então:

J «A minha alma está numa tristeza de morte.
Ficai aqui e vigiai».

N Adiantando-Se um pouco, caiu por terra
e orou para que, se fosse possível,
se afastasse d'Ele aquela hora.
Jesus dizia:

J «Abba, Pai, tudo Te é possível:afasta de Mim este cálice.
Contudo, não se faça o que Eu quero,
mas o que Tu queres».

N Depois, foi ter com os discípulos, encontrando-os dormindo
e disse a Pedro:

J «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora?
Vigiai e orai, para não entrardes em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca».

N Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras.
Voltou novamente e encontrou-os dormindo,
porque tinham os olhos pesados
e não sabiam que responder.
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes:

J «Dormi agora e descansai...
Chegou a hora:
o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores.
Levantai-vos. Vamos.
Já se aproxima aquele que Me vai entregar».

N Ainda Jesus estava a falar,
quando apareceu Judas, um dos Doze,
e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus,
enviada pelos príncipes dos sacerdotes,
pelos escribas e os anciãos.
O traidor tinha-lhes dado este sinal:
«Aquele que eu beijar, é esse mesmo.
Prendei-O e levai-O bem seguro».
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo:

R «Mestre».

N Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n'O.
Um dos presentes puxou da espada
e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha.
Jesus tomou a palavra e disse-lhes:

J «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender,
como se fosse um salteador.
Todos os dias Eu estava no meio de vós,
a ensinar no templo,
e não Me prendestes!
Mas é para se cumprirem as Escrituras».

N Então os discípulos deixaram-n'O e fugiram todos.
Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol.
Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.

N Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote,
onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes,
os anciãos e os escribas.
Pedro, que O seguira de longe,
até ao interior do palácio do sumo sacerdote,
estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam um testemunho contra Jesus
para Lhe dar a morte,
mas não o encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele,
mas os seus depoimentos não eram concordes.
Levantaram-se então alguns,
para proferir contra Ele este falso testemunho:

R «Ouvimo-l'O dizer:
'Destruirei este templo feito pelos homens
e em três dias construirei outro
que não será feito pelos homens'».

N Mas nem assim o depoimento deles era concorde.
Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos
e perguntou a Jesus:

R «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?»

N Mas Jesus continuava calado e nada respondeu.
O sumo sacerdote voltou a interrogá-l'O:

R «És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?»

N Jesus respondeu:

J «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem
sentado à direita do Todo-poderoso
vir sobre as nuvens do céu».

N O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse:

R «Que necessidade temos ainda de testemunhas?
Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?»

N Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte.
Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe,
a tapar-Lhe o rosto com um véu
e a dar-Lhe punhadas, dizendo:

R «Adivinha».

N E os guardas davam-Lhe bofetadas.

N Pedro estava em baixo, no pátio,
quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote.
Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:

R «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno».

N Mas ele negou:

R «Não sei nem entendo o que dizes».

N Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou.
A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes:

R «Este é um deles».

N Mas ele negou segunda vez.
Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro:

R «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu».

N Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar:

R «Não conheço esse homem de quem falais».

N E logo o galo cantou pela segunda vez.
Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito:
«Antes do galo cantar duas vezes,
três vezes Me negarás».
E desatou a chorar.

N Logo de manhã,
os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho,
com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio.
Depois de terem manietado Jesus,
foram entregá-l'O a Pilatos.
Pilatos perguntou-Lhe:

R «Tu és o Rei dos judeus?»Paix006

N Jesus respondeu:

J «É como dizes».

N E os príncipes dos sacerdotes
faziam muitas acusações contra Ele.
Pilatos interrogou-O de novo:

R «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam».

N Mas Jesus nada respondeu,
de modo que Pilatos estava admirado.

N Pela festa da Páscoa,
Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha.
Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos,
que numa revolta tinham cometido um assassínio.
A multidão, subindo,
começou a pedir o que era costume conceder-lhes.
Pilatos respondeu:

R «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?»

N Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes
O tinham entregado por inveja.
Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão
a pedir que lhes soltasse antes Barrabás.
Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:

R «Então, que hei-de fazer d'Aquele
que chamais o Rei dos judeus?»

N Eles gritaram de novo:

R «Crucifica-O!».

N Pilatos insistiu:

R «Que mal fez Ele?»

N Mas eles gritaram ainda mais:

R «Crucifica-O!».

N Então Pilatos, querendo contentar a multidão,
soltou-lhes Barrabás
e, depois de ter mandado açoitar Jesus,
entregou-O para ser crucificado.
Os soldados levaram-n'O para dentro do palácio,
que era o pretório,
e convocaram toda a coorte.
Revestiram-n'O com um mando de púrpura
e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos
que haviam tecido.
Depois começaram a saudá-l'O:

R «Salvé, Rei dos judeus!»

N Batiam-lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe
e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d'Ele.
Depois de O terem escarnecido,
tiraram-Lhe o manto de púrpura
e vestiram-Lhe as suas roupas.
Em seguida levaram-n'O dali para O crucificarem.

N Requisitaram, para Lhe levar a cruz,
um homem que passava, vindo do campo,
Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo.
E levaram Jesus ao lugar do Gólgota,
quer dizer, lugar do Calvário.
Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra,
mas Ele não o quis beber.
Depois crucificaram-n'O.
E repartiram entre si as suas vestes,
tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um.
Eram nove horas da manhã quando O crucificaram.
O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito:
«Rei dos Judeus».
Crucificaram com Ele dois salteadores,
um à direita e outro à esquerda.
Os que passavam insultavam-n'O
e abanavam a cabeça, dizendo:

R «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias,
salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz».

N Os príncipes dos sacerdotes e os escribas
troçavam uns com os outros, dizendo:

R «Salvou os outros e não pode salvar-se a Si mesmo!
Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz,
para nós vermos e acreditarmos».

N Até os que estavam crucificados com ele o injuriavam.
Quando chegou o meio-dia,
as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde.
E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:

J «Eloí, Eloí, lamá sabachtháni?»

N que quer dizer:
«Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?»

N Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:

R «Está a chamar por Elias».

N Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre
e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:

R «Deixa ver se Elias vem tirá-l'O dali».

N Então Jesus, soltando um grande brado, expirou.

N O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo.
O centurião que estava em frente de Jesus,
ao vê-l'O expirar daquela maneira, exclamou:

R «Na verdade, este homem era Filho de Deus».

N Estavam também ali umas mulheres a observar de longe,
entre elas Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé,
que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia,
e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
Ao cair da tarde
– visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado –
José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio,
que também esperava o reino de Deus,
foi corajosamente à presença de Pilatos
e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto
e, mandando chamar o centurião,
ordenou que o corpo fosse entregue e José.
José comprou um lençol,
desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol;
depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha
e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro.
Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José,
observavam onde Jesus tinha sido depositado.


Ressonâncias

Esta narrativa da Paixão do Senhor, que acabamos de ler, é a primeira (± 65 dC), a mais breve e dramática que os evangelhos nos apresentam. S. Marcos introduz a narrativa com duas referências à Ceia: a ceia de Betânia, na casa de Simão, na qual Jesus é ungido por uma mulher – o gesto generoso da Mulher que contrasta com a atitude egoísta e traidora de Judas; e a Ceia Pascal com os discípulos.
Destacam-se, nesta narrativa de S. Marcos, alguns aspectos:

1. Jesus mantém um silêncio solene e digno, aceitando o caminho da cruz. Não reage diante do beijo de Judas e ao gesto violento de Pedro. É a atitude de quem sabe que o Pai lhe confiou uma missão e está decidido a cumprir essa missão, custe o que custar. No tribunal, quando acusado, Jesus manteve silêncio. Mas quando perguntado se era o Messias, reponde prontamente: "Sim, sou eu e vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu ", e só. Durante o processo: não profere qualquer palavra.
Diante dos insultos, das provocações e das mentiras, ele fica calado. Estava consciente da sua inocência e da farsa montada no julgamento. Por isso, não responde mais nada. Há situações na vida, nas quais não vale a pena responder. É melhor guardar o silêncio.

2. Jesus é o Filho de Deus que veio ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de Salvação. É o que Ele responde ao Sumo Sacerdote: "Eu Sou" e o que o Centurião afirma aos pés da cruz: "Na verdade, este homem era Filho de Deus". É o ponto culminante da narrativa de Marcos, que no seu evangelho procura responder "Quem é Jesus?" E a resposta/ descoberta não foi feita por nenhum apóstolo, ou discípulo, mas sim por um pagão!

3. Jesus é também Homem que partilha da fragilidade e debilidade da natureza humana. Nós temos a tentação de imaginar Jesus como um super-homem. Mas ele não foi assim. A "angústia" e o "pavor" de Jesus diante da morte, o seu lamento pela solidão e pelo abandono, tornam-no muito "humano", muito mais próximo das nossas debilidades e fragilidades. Assim é mais fácil identificarmo-nos com Ele, confiar n'Ele, segui-l'O no seu caminho do amor e da entrega. A humanidade de Jesus mostra-nos que o caminho da obediência ao Pai é um caminho possível a todos nós.

4. Sublinha a Solidão de Cristo. Abandonado pelos discípulos, escarnecido pela multidão, condenado pelos líderes, torturado pelos soldados, Jesus percorre na solidão, no abandono, na indiferença de todos o seu caminho de morte. Só Marcos faz questão de sublinhar que Jesus se sentiu completamente só, abandonado por todos, até pelo Pai: "Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?" É a oração humana de quem sente e não compreende a aparente ausência e abandono de Deus.

5. Facto curioso e exclusivo de Marcos: um jovem que o seguia, coberto somente de um lençol, quando os soldados tentaram agarrá-lo, livrou-se da roupa e fugiu despido. É possível que esse jovem fosse o próprio Marcos! Foi a atitude dos discípulos que, desiludidos e amedrontados, largaram tudo, quando viram o seu líder preso e fugiram sem olhar para trás.

6. Atitude corajosa foi de José de Arimateia em pedir autorização para sepultar o corpo de Jesus. Declarar-se discípulo de Jesus, quando as multidões o aclamam, é muito fácil; só uma pessoa corajosa é capaz de apresentar-se como seu amigo diante da autoridade que o condenara...

7. "Abbá", Pai. Esta palavra, que quer dizer carinhosamente "Papá", não é citada nos outros evangelhos, só Marcos a coloca na boca de Jesus, exactamente na hora mais dramática da sua vida, quando depois de ter pedido ao Pai de poupá-lo de uma prova tão difícil, se abandona, confiante, nas suas mãos. O Exemplo de Jesus ensina-nos que, em qualquer circunstância da vida, nunca podemos esquecer ou duvidar do amor do nosso "Abbá" querido.


História de Amor

Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Vaidade, a Sabedoria, o Amor e outros. Um dia avisaram-nos que a Ilha seria inundada. O Amor cuidou para que todos fossem salvos. Pegaram todos no seu barquinho e desandaram. Só o Amor não se apressou pois tinha muito que ajudar. Por fim, quando a água já era muita, pediu socorro:

— Riqueza, leva-me contigo.
— Não posso. O meu barco já está cheio de ouro...

— Oh Vaidade, leva-me no teu barco.
— Não convém, pois estás muito molhado.

— E tu Tristeza, tens um lugar para mim?
— Não. Prefiro ir só.

Já desesperado o Amor pôs-se a chorar. Nisto apareceu um velhinho:
— Sobe, Amor. Eu levo-te no meu barco.

Chegando a terra seca o Amor perguntou à Sabedoria:
— Quem é aquele velhinho que me trouxe até aqui?
— É o Tempo, porque só ele é capaz de ajudar e de entender um grande Amor.

Começamos a Semana da Paixão com o Domingo de Ramos. A multidão que aclama, logo depois acusa, acolhe mas de seguida despreza. Assim acontece na nossa vida quando não deixamos que o tempo nos amadureça. Que esta semana nos ajude a reconhecer os gestos de Amor de Cristo.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


Com ramos de oliveira aclamamos-Te, Senhor!

Aclamamos-Te, querendo unir-nos a todos aqueles que sofrem.
A tantos doentes dominados pela dor,
a tantas famílias dilaceradas pela droga,
a todos os casais desfeitos pela solidão e a falta de afecto,
a tantas crianças cheias de coisas e tão carenciadas de amor.

Aclamamos-Te, pedindo-Te que nos ajudes a acompanhar a vida
de tantos emigrantes subjugados pela saudade e insegurança,
de todos os que estão tristes, desanimados e sem vontade de viver,
daqueles que não têm valores que valham a pena,
daqueles que têm mágoas que ninguém consola,
daqueles que cumprem penas em cadeias desumanizadas...

Aclamamos-Te, contentes porque nos enches de esperança.
Por isso acreditamos que este mundo tem remédio,
que, como Tu, se pode dar a vida para criar vida.
que juntos contigo e com os outros somos uma família,
que pouco a pouco vamos construindo o Teu Reino
e que nos juntaremos no Teu abraço final no fim dos tempos.

Aclamamos-Te, felicitamos-Te e admiramos-Te,
por tão bem nos teres explicado a melhor maneira de viver,
pela forma como nos revelaste que o nosso Deus é Pai,
porque nos abriste caminhos novos e nos encheste de sonhos,
porque, apesar das coisas terem sido difíceis, foste até ao fim,
porque nos convidas a viver à Tua maneira e a contar com a Tua presença.

E porque sentimos que caminhas ao nosso lado pela estrada da vida...

Obrigado, Jesus, a tua Paixão valeu a pena!

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado