Bento XVI criticou hoje (Dia de Fiéis Defuntos), no Vaticano, as tentativas de eliminar a reflexão sobre a morte nas sociedades ocidentais, considerando que esta diz respeito "a todos, em qualquer tempo e lugar".
A Igreja Católica dedica este dia à comemoração dos fiéis defuntos, e o Papa sublinhou que esta celebração devia ajudar-nos "a reconhecer na morta a grande esperança e que a vida do homem não termina aqui. [...] O mundo positivista é incapaz de compreender este mistério. [...] Ainda que a nossa sociedade tente eliminar por todos os meios o pensamento sobre a morte, questionamo-nos: Porque é que isto é assim? A resposta é que a morte diz respeito a todos, em qualquer tempo e lugar", assinalou.
O Papa lembrou ainda que, por estes dias, se visitam os cemitérios para rezar pelos mortos, "recordando – deste modo – a comunhão dos santos que os católicos professam no seu credo. [...] O homem sempre teve os mortos em consideração". E em língua portuguesa sublinhou que "o homem tem necessidade da eternidade, mas sente medo diante da morte. [...] Temos medo do nada, de partir para o desconhecido". "Não podemos aceitar que, de improviso, caia no abismo do nada tudo aquilo que de belo e de grande tenhamos feito durante a nossa vida. Sobretudo, sentimos que o amor requer a eternidade, não pode ser destruído pela morte assim num momento", acrescentou.
"É consolador – diz-nos o Papa – saber que existe um amor que supera a morte, um amor que é o próprio Deus que se fez homem". "Hoje, a Igreja convida-nos a pensar em todos aqueles que nos precederam, tendo concluído o seu caminho terreno. Na comunhão dos Santos, existe um profundo vínculo entre nós que ainda caminhamos nesta terra e a multidão de irmãos e irmãs que já alcançaram a eternidade."