Apenas passei para o outro lado do Caminho
«A morte não é nada. Eu só passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vós sois vós. O que eu era para vós, continuarei a sê-lo.
Dêem-me o nome que sempre me deram, falem comigo como sempre fizeram.
Vós continuais a viver no mundo das criaturas, eu agora vive no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que o meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou de tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.
Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos, agora que estou apenas fora do vosso olhar?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Tu que ficaste aí, vai em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.»
Henry Scott-Holland, in "Death the King of Terrors"
A morte não é nada.
Apenas passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.
Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa,
como sempre se pronunciou.
Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.
O cordão de união não se quebrou.
Porque estaria eu fora dos teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista?
Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.
Seca as tuas lágrimas e, se me amas,
não chores mais.
[Henry Scott-Holland, in "Death the King of Terrors" (adaptação)]