PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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Papa Francisco consagrou o Mundo a Maria

Papa Francisco FatimaPapa Francisco consagrou o Mundo ao Imaculado Coração de Maria, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima.

O Papa Francisco despediu-se hoje em Roma da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, com um "acto de entrega" em que recordou a atenção pelos mais pobres e marginalizados.

"Ensina-nos o teu próprio amor de predileção pelos mais pequenos e os pobres, pelos excluídos e os que sofrem, pelos pecadores e os de coração perdido", disse, no final da missa conclusiva da Jornada Mariana do Ano da Fé, na Praça de São Pedro.

A oração encerrou dois dias de celebrações junto da imagem original de Fátima, que se deslocou ao Vaticano a pedido de Bento XVI, Papa emérito, e de Francisco, tendo sido recebida por ambos, após a sua chegada, este sábado.
O Papa Francisco rezou à Virgem Maria, Senhora de Fátima, com renovada gratidão unindo a sua voz "à de todas as gerações".

"Celebramos em ti as grandes obras de Deus, que nunca se cansa de inclinar-se com misericórdia sobre a humanidade, atingida pelo mal e ferida pelo pecado, para a curar e salvar", declarou, perante dezenas de milhares de peregrinos que participaram na celebração desta manhã.

O Papa dirigiu-se a Nossa Senhora de Fátima para pedir que esta acompanhe a "vida" da humanidade com o seu olhar e o seu "sorriso".
"Acolhe com benevolência de mãe o acto de entrega que hoje fazemos com confiança, diante desta tua imagem, que nos é tão querida", declarou.
"Estamos certos que cada um de nós é precioso aos teus olhos e que nada do que mora nos nossos corações te é estranho", acrescentou Francisco.

A oração invocou a intercessão da Virgem Maria para que "reavive e alimente a fé", "ilumine a esperança" e "suscite" a caridade, guiando os cristãos "no caminho da santidade".
"Perdoa a todos, sob a tua proteção, e entrega todos ao teu dileto filho, o Nosso Senhor, Jesus", concluiu o Papa.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima vai seguir em helicóptero até ao aeroporto de Roma para regressar, ao final da noite, à Capelinha das Aparições, na Cova da Iria, após uma ausência de cerca de 42 horas.

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Fatima2013Acto de entrega a Nossa Senhora de Fátima
Oração do Papa Francisco

No final da Missa celebrada frente à Basílica de S. Pedro, por ocasião do Ano da Fé, o Papa Francisco rezou o Acto de Entrega a Nossa Senhora de Fátima perante a sua imagem que veio de Fátima.

Nossa Senhora de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna,
unimos a nossa voz à de todas as gerações
que Te proclamam bem aventurada.
Em Ti celebramos as grandes obras de Deus,
que nunca se cansa de inclinar se com misericórdia
sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
para a curar e salvar.

Acolhe com benevolência de Mãe
o ato de entrega que hoje fazemos com confiança,
diante desta tua imagem que nos é tão querida.
Estamos certos que cada um de nós é precioso aos teus olhos
e que nada do que se encontra nos nossos corações Te é estranho.
Deixamo-nos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
e recebemos a consoladora carícia do teu sorriso.

Guarda a nossa vida entre os teus braços:
abençoa e robustece todo o desejo de bem;
vivifica e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia a todos nós no caminho da santidade.
Ensina nos o teu amor de predilecção
com os pequenos e pobres,
com os excluídos e sofredores,
com os pecadores e os de coração perdido:
reúne a todos sob a tua protecção
e entrega a todos o teu amado Filho, Jesus nosso Senhor.
Amen.

Papa Francisco
Roma, 13 de Outubro de 2013

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HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

Recitamos no salmo: «Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez maravilhas» (Sl 97, 1).
Encontramo-nos hoje diante duma das maravilhas do Senhor: Maria! Uma criatura humilde e frágil como nós, escolhida para ser Mãe de Deus, Mãe do seu Criador.
Precisamente olhando Maria à luz das Leituras que acabámos de escutar, queria reflectir convosco sobre três realidades: a primeira, Deus surpreende-nos; a segunda, Deus pede-nos fidelidade; a terceira, Deus é a nossa força.

1. A primeira: Deus surpreende-nos. O caso de Naamã, comandante do exército do rei da Síria, é notável: para se curar da lepra, vai ter com o profeta de Deus, Eliseu, que não realiza ritos mágicos, nem lhe pede nada de extraordinário. Pede-lhe apenas para confiar em Deus e mergulhar na água do rio; e não dos grandes rios de Damasco, mas de um rio pequeno como o Jordão. É uma exigência que deixa Naamã perplexo e também surpreendido: Que Deus poderá ser este que pede uma coisa tão simples? A vontade primeira dele é retornar ao País, mas depois decide-se a fazê-lo, mergulha no Jordão e imediatamente fica curado (cf. 2Re 5,1-14). Vedes!? Deus surpreende-nos; é precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele Se manifesta e nos dá o seu amor que nos salva, cura, dá força. Pede somente que sigamos a sua palavra e tenhamos confiança n'Ele.

Esta é a experiência da Virgem Maria: perante o anúncio do Anjo, não esconde a sua admiração. Fica admirada ao ver que Deus, para Se fazer homem, escolheu precisamente a ela, jovem simples de Nazaré, que não vive nos palácios do poder e da riqueza, que não realizou feitos extraordinários, mas que está disponível a Deus, sabe confiar n'Ele, mesmo não entendendo tudo: «Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). É a sua resposta. Deus surpreende-nos sempre, rompe os nossos esquemas, põe em crise os nossos projectos, e diz-nos: confia em Mim, não tenhas medo, deixa-te surpreender, sai de ti mesmo e segue-Me!
Hoje perguntemo-nos, todos, se temos medo daquilo que Deus me poderá pedir ou está pedindo. Deixo-me surpreender por Deus, como fez Maria, ou fecho-me nas minhas seguranças, seguranças materiais, seguranças intelectuais, seguranças ideológicas, seguranças dos meus projectos? Deixo verdadeiramente Deus entrar na minha vida? Como Lhe respondo?

2. Na passagem lida de São Paulo, ouvimos o Apóstolo dizer ao seu discípulo Timóteo: Lembra-te de Jesus Cristo; se perseverarmos com Ele, também com Ele reinaremos (cf. 2Tm 2,8-13). Aqui está o segundo ponto: lembrar-se sempre de Cristo, a memória de Jesus Cristo, e isto significa perseverar na fé. Deus surpreende-nos com o seu amor, mas pede fidelidade em segui-Lo. Podemos nos tornar "não fiéis", mas Ele não pode; Ele é "o fiel" e pede-nos a mesma fidelidade. Pensemos quantas vezes já nos entusiasmámos por qualquer coisa, por uma iniciativa, por um compromisso, mas depois, ao surgirem os primeiros problemas, abandonámos. E, infelizmente, isto acontece também com as opções fundamentais, como a do matrimónio. É a dificuldade de ser constantes, de ser fiéis às decisões tomadas, aos compromissos assumidos. Muitas vezes é fácil dizer «sim», mas depois não se consegue repetir este «sim» todos os dias. Não se consegue ser fiéis.

Maria disse o seu «sim» a Deus, um «sim» que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos «sins» pronunciados no seu coração tanto nos seus momentos felizes, como nos dolorosos... muitos «sins» que culminaram no «sim» ao pé da Cruz. Estão aqui hoje muitas mães; pensai até onde chegou a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu único Filho na Cruz. A mulher fiel, de pé, destruída por dentro, mas fiel e forte.
E eu me pergunto: sou um cristão "soluçante", ou sou cristão sempre? Infelizmente, a cultura do provisório, do relativo penetra também na vivência da fé. Deus pede-nos para Lhe sermos fiéis, todos os dias, nas acções quotidianas; e acrescenta: mesmo se às vezes não Lhe somos fiéis, Ele é sempre fiel e, com a sua misericórdia, não se cansa de nos estender a mão para nos erguer e encorajar a retomar o caminho, a voltar para Ele e confessar-Lhe a nossa fraqueza a fim de que nos dê a sua força. E este é o caminho definitivo: sempre com o Senhor, mesmo com as nossas fraquezas, mesmo com os nossos pecados. Nunca podemos ir pela estrada do provisório. Isto nos destrói. A fé é a fidelidade definitiva, como a de Maria.

3. O último ponto: Deus é a nossa força. Penso nos dez leprosos do Evangelho curados por Jesus: vão ao seu encontro, param à distância e gritam: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós» (Lc 17, 13). Estão doentes, necessitados de serem amados, de terem força e procuram alguém que os cure. E Jesus responde, libertando-os a todos da sua doença. Causa estranheza, porém, o facto de ver que só regressa um para Lhe agradecer, louvando a Deus em alta voz. O próprio Jesus o sublinha: eram dez que gritaram para obter a cura, mas só um voltou para gritar em voz alta o seu obrigado a Deus e reconhecer que Ele é a nossa força. É preciso saber agradecer, saber louvar o Senhor pelo que faz por nós.

Vejamos Maria: depois da Anunciação, o primeiro gesto que ela realiza é um acto de caridade para com a sua parente idosa Isabel; e as primeiras palavras que profere são: «A minha alma enaltece o Senhor», ou seja, um cântico de louvor e agradecimento a Deus, não só pelo que fez n'Ela, mas também pela sua acção em toda a história da salvação. Tudo é dom d'Ele. Se conseguimos entender que tudo é dom de Deus, então quanta felicidade teremos no nosso coração! Tudo é dom d'Ele. Ele é a nossa força! Dizer obrigado parece tão fácil, e todavia é tão difícil! Quantas vezes dizemos obrigado em família? Esta é uma das palavras-chaves da convivência. "Com licença", "perdão", "obrigado": se numa família se dizem estas três palavras, a família segue adiante. "Com licença", "perdão", "obrigado". Quantas vezes dizemos "obrigado" junto da família? Quantas vezes dizemos obrigado a quem nos ajuda, vive perto de nós e nos acompanha na vida? Muitas vezes damos tudo isso como suposto! E o mesmo acontece com Deus. É fácil ir até ao Senhor para pedir alguma coisa, mas ir agradece-Lo... "Ah, isso é difícil".

Continuando a Eucaristia, invocamos a intercessão de Maria, para que nos ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos-Lhe fiéis todos os dias, a louvá-Lo e agradecer-Lhe porque Ele é a nossa força. Amen.

+ Papa Francisco
Praça de São Pedro, 13 de Outubro de 2013

 

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