PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

igreja1 vitral1 igreja2 Auditorio vitral2 vitral4 igreja3 vitral3 Slide Cspq1 Slide cspq7 Slide igreja4 Slide cspq3 Slide cspq5 Slide pinturas Slide cspq8 Slide vitral5 Slide cspq6 Slide cspq2 Slide cspq4

V Domingo do Tempo Comum - B

SoPedro4Que sentido têm o sofrimento e a dor que acompanham a caminhada do homem pela terra? Qual a "posição" de Deus face aos dramas que marcam a nossa existência? A liturgia da Palavra deste Domingo reflecte sobre estas questões fundamentais.

Garante-nos que o projecto de Deus para o homem não é um projecto de morte, mas é um projecto de vida verdadeira, de felicidade sem fim.

Na primeira leitura, Job comenta com amargura e desilusão o facto da sua vida estar marcada por um sofrimento atroz e de Deus parecer estar ausente e indiferente face ao seu desespero. Apesar disso, é a Deus que Job se dirige, pois sabe que Deus é a sua única esperança e que fora d'Ele não há possibilidade de salvação.

No Evangelho manifesta-se a eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na acção libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo novo sem sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os homens. O texto sugere, ainda, que a acção de Jesus tem de ser continuada pelos seus discípulos.

A segunda leitura sublinha, especialmente, a obrigação que os discípulos de Jesus assumiram no sentido de testemunhar diante de todos os homens a proposta libertadora de Jesus. Na sua acção e no seu testemunho, os discípulos de Jesus não podem ser guiados por interesses pessoais, mas sim pelo amor a Deus, ao Evangelho e aos irmãos.


LEITURA I – Job 7,1-4.6-7
Leitura do Livro de Job

Job tomou a palavra, dizendo:
«Não vive o homem sobre a terra como um soldado?
Não são os seus dias como os de um mercenário?
Como o escravo que suspira pela sombra
e o trabalhador que espera pelo seu salário,
assim eu recebi em herança meses de desilusão
e couberam-me em sorte noites de amargura.
Se me deito, digo: 'Quando é que me levanto?'
Se me levanto: 'Quando chegará a noite?'
E agito-me angustiado até ao crepúsculo.
Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear
e desvanecem-se sem esperança.
– Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro
e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 146 (147)
Refrão: Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados.

Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.

Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.

Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão.


LEITURA II – 1 Cor 9,16-19.22-23
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios

Irmãos:
Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória,
é uma obrigação que me foi imposta.
Ai de mim se não anunciar o Evangelho!
Se o fizesse por minha iniciativa,
teria direito a recompensa.
Mas, como não o faço por minha iniciativa,
desempenho apenas um cargo que me está confiado.
Em que consiste, então, a minha recompensa?
Em anunciar gratuitamente o Evangelho,
sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere.
Livre como sou em relação a todos,
de todos me fiz escravo,
para ganhar o maior número possível.
Com os fracos tornei-me fraco,
a fim de ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para todos,
a fim de ganhar alguns a todo o custo.
E tudo faço por causa do Evangelho,
para me tornar participante dos seus bens.


EVANGELHO – Mc 1,29-39
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos

Naquele tempo,
Jesus saiu da sinagoga
e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André.
A sogra de Simão estava de cama com febre
e logo Lhe falaram dela.
Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a.
A febre deixou-a e ela começou a servi-los.
Ao cair da tarde, já depois do sol-posto,
trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos
e a cidade inteira ficou reunida diante da porta.
Jesus curou muitas pessoas,
que eram atormentadas por várias doenças,
e expulsou muitos demónios.
Mas não deixava que os demónios falassem,
porque sabiam qual Ele era.
De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu.
Retirou-Se para um sítio ermo
e aí começou a orar.
Simão e os companheiros foram à procura d'Ele
e, quando O encontraram, disseram-Lhe:
«Todos Te procuram».
Ele respondeu-lhes:
«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas,
a fim de pregar aí também,
porque foi para isso que Eu vim».
E foi por toda a Galileia,
pregando nas sinagogas e expulsando os demónios. 


Ressonâncias

O Evangelho S. Marcos procura mostrar "quem é Jesus". Não o apresenta com definições abstractas, mas Jesus agindo diante de uma multidão sofredora. Aparece solidário à dor dos homens e atento às suas necessidades. SoPedro3Na casa de Pedro: aproxima-se da sogra, estende-lhe a mão e levanta-a. A mulher, uma vez curada, começa imediatamente a servi-los; cura, também, muitos outros doentes e endemoniados. De manhazinha, levanta-se e vai rezar, num lugar deserto.

- Com a pregação, ilumina os espíritos, revela o amor de Deus, leva as almas à fé, dá sentido à dor e mostra o caminho da salvação;
- Com os milagres, cura os doentes, expulsa demónios, quer um mundo novo, sem qualquer forma de dor;
- Com a oração, compreende o plano de Deus e aceita a vontade do Pai. Só a verdadeira oração pode iluminar-nos o sentido da dor.

O sofrimento continuará sempre a ser um mistério. Nem sempre são claros os caminhos de Deus. Jesus não elimina o sofrimento, mas ensina-nos a carregá-lo com amor e esperança, para que dê frutos de vida eterna. Jesus garante-nos que Deus nunca nos abandona. Resta-nos confiar em Deus e entregarmo-nos no seu amor.

Os cristãos não descobriram o caminho para evitar o sofrimento. Sofrem como os outros e, talvez, até mais do que os outros, mas descobriram que a Cruz de Jesus Cristo é redentora, para todos aqueles que não perdem a esperança no amor e na fidelidade de Deus.
Carregar a cruz sozinhos é desesperante. Carregá-la, unidos a Jesus Cristo, pode ser até uma consolação, pois com ele salvaremos o mundo. Em Cristo, todo sofrimento é salvador, inclusive o nosso.

Qual é a nossa atitude diante dos nossos sofrimentos? De aceitação ou de revolta? (o exemplo de Jesus no Getsémani)
Qual é a nossa atitude diante do sofrimento dos outros? Estendemos-lhes a mão e ajudámo-los a libertarem-se?
Como podemos ajudar concretamente os doentes da nossa comunidade?

Rezemos para que Deus nos dê luz para compreender o mistério do sofrimento e coragem para carregá-lo com amor.


LEVANTA-ME, SENHOR

À imagem da sogra de Simão,
não me deixes prostrado, Senhor.
Sabes que também tenho "febres" frequentes
e vivo num meio que as gera.
Cura-me de todas elas e ensina-me a reerguer-me.

Por vezes,
gera-se em mim a febre da ordem e da eficácia;
outras, sinto a febre de agradar a todos;
outras, a febre de ter mais e de comprar;
e, nalguns momentos, a febre do poder.

Sabes bem, Senhor,
que me custa viver como Tu ensinaste;
a febre do prestígio envolve as minhas tarefas
e o culto do meu eu e da minha imagem
afasta-me do Teu estilo simples.
Dá-me, Senhor, a autenticidade vital,
e ajuda-me a ser coerente.

Cura -me, Senhor, das minhas pequenas falhas,
para que saiba, como Tu, ir espalhando saúde à minha volta,
criando redes fraternas e atitudes solidárias,
que nos façam viver melhor,
tornando palpável a realidade o Teu Reino.

Quando Tu me dás a mão e me saras,
fazes de mim fonte de cura e de liberdade,
que compreende, desdramatiza e facilita,
rompe a rotina e entusiasma na aventura de ser
e de construir um mundo onde reinem a paz e a justiça.


Alargar horizontes

Depois das férias, um aluno veio dizer-me, cheio de orgulho:
— Senhor padre, eu já estou mais crescido.
— É verdade. E com certeza ainda vais crescer mais. Mas porque é que queres ser grande?
— É para poder ver mais longe.

Surpreendeu-me esta resposta. Eu pensava que era para se sentir importante, para fazer o mesmo que os adultos ou outras coisas do género. Para aquela criança, ser grande é olhar mais longe, é alargar horizontes.
É esta a mensagem do Evangelho deste V Domingo:JC_oracao Jesus subiu ao monte para orar. Na tradição bíblica o monte é lugar e símbolo do encontro de céu e terra, da ascensão humana e da teofania, de vastos horizontes.

Quem reza vê mais além, alarga os seus horizontes, faz uma escalada, ultrapassa-se, une a terra ao céu. Há muitas maneira de rezar: Jesus rezava na sinagoga, no convívio com os amigos, fazendo o bem, anunciando o amor e a sós com o Pai.

Também nós rezamos assim, cada um segundo a sua circunstância. Uns rezam por dentro, com o espírito elevado. Outros por fora, de uma maneira prática, em movimento cristão, em acção eficaz sobre a terra. Não importa a forma, mas sim chegar a Deus. Não importa como foi o esforço para construir a ponte, o que importa é poder passar e chegar mais longe.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


João Paulo II e os doentes (Fátima, 13-05-2000)

Amados peregrinos de Fátima!
Quero agora dirigir uma saudação particular aos enfermos aqui presentes em grande número, mas extensiva a quantos, em suas casas ou nos hospitais, estão unidos espiritualmente connosco:

O Papa saúda-vos com grande afecto, queridos doentes, assegurando uma especial lembrança na oração por vós e pelas pessoas que cuidam de vós; coloco os anseios de cada um no Altar onde Jesus continuamente intercede e Se sacrifica pela humanidade.

Vim aqui hoje como testemunha de Jesus ressuscitado. Ele sabe o que é sofrer, e viveu as angústias da morte; mas, com a sua morte, matou a morte, sendo o primeiro homem, em absoluto, que Se libertou definitivamente das cadeias dela. Ele percorreu todo o itinerário do homem até à pátria do Céu, onde preparou um trono de glória para cada um de nós.

Querido irmão doente!JP_oracao
Se alguém ou alguma coisa te faz pensar que chegaste ao fim da estrada, não acredites! Se tens conhecimento do Amor eterno que te criou, sabes também que, dentro de ti, há uma alma imortal. Existem várias estações na vida; se porventura sentires chegar o inverno, quero que saibas que não pode ser a última estação, porque a última será primavera: a primavera da ressurreição. A totalidade da tua vida estende--se infinitamente para além das suas fronteiras terrenas: prevê o Céu.

Queridos doentes!
Eu sei que "os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que se há-de revelar em vós" (Rom 8, 18). Coragem! Neste Ano Santo, a graça do Pai derrama-se com maior abundância sobre quem a acolher com a alma simples e confiante das crianças; isto mesmo no-lo recordou Jesus, no texto evangélico agora proclamado. Sendo assim, procurai ser contados também vós, queridos doentes, no número destes "pequeninos", para que Jesus possa comprazer-Se convosco. Daqui a pouco, Ele vai aproximar-se de vós para vos abençoar pessoalmente, no Santíssimo Sacramento; vai ao vosso encontro com a promessa: "Eu renovo todas as coisas!" (Ap 21, 5). Tende confiança! Abandonai-vos na sua mão providente, como o fizeram os pastorinhos Francisco e Jacinta. Estes dizem-vos que não estais sozinhos. O Pai celeste ama-vos.

(João Paulo II, Saudação aos enfermos, Fátima, 13 de Maio de 2000)

 

Cateq 2018

Calendario Cateq

horariomissas



Patriarcado