PARÓQUIA S. MIGUEL DE QUEIJAS

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III Domingo da Páscoa B

Emaus20Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia da Palavra deste Domingo da Páscoa procura responder.

A primeira leitura apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.

A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu. Essa coerência deve manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.

O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse "encontro", os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.


LEITURA I - Act 3,13-15.17 -19
Leitura do livro dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias, Pedro disse ao povo:
«O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, o Deus de nossos pais,
glorificou o seu Servo Jesus,
que vós entregastes e negastes na presença de Pilatos,
estando ele resolvido a soltá-I'O.
Negastes o Santo e o Justo
e pedistes a libertação dum assassino; matastes o autor da vida,
mas Deus ressuscitou-O dos mortos,
e nós somos testemunhas disso.
Agora, irmãos, eu sei que agistes por ignorância,
como também os vossos chefes.
Foi assim que Deus cumpriu
o que de antemão tinha anunciado pela boca de todos os Profetas:
que o seu Messias havia de padecer.
Portanto, arrependei-vos e convertei-vos,
para que os vossos pecados sejam perdoados».


SALMO RESPONSORIAL - Salmo 4
Refrão: Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto.

Quando Vos invocar, ouvi-me, ó Deus de justiça.
Vós que na tribulação me tendes protegido,
compadecei-vos de mim e ouvi a minha súplica.

Sabei que o Senhor faz maravilhas pelos seus amigos,
o Senhor me atende quando O invoco.

Muitos dizem: «Quem nos fará felizes?»
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face.

Em paz me deito e adormeço tranquilo,
porque só Vós, Senhor, me fazeis repousar em segurança.


LEITURA II - 1 Jo 2,1-5a
Leitura da Primeira Epístola de S. João

Meus filhos,
escrevo-vos isto, para que não pequeis. Mas se alguém pecar,
nós temos Jesus Cristo, o Justo, como advogado junto do Pai.
Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados,
e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.
E nós sabemos que O conhecemos,
se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz conhecê-l'O
e não guarda os seus mandamentos
é mentiroso e a verdade não está nele.
Mas se alguém guardar a sua palavra,
nesse o amor de Deus é perfeito.


EVANGELHO - Lc 24,35-48
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas

Naquele tempo,
os discípulos de Emaús
contaram o que tinha acontecido no caminho
e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão.
Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles
e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito.
Disse-lhes Jesus:
«Porque estais perturbados
e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações?
Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo;
tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos,
Como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.
E como eles, na sua alegria e admiração,
não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes:
«Tendes aí alguma coisa para comer?»
Deram-Lhe uma posta de peixe assado,
que Ele tomou e começou a comer diante deles.
Depois disse-lhes:
«Foram estas as palavras que vos dirigi,
quando ainda estava convosco:
'Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos'».
Abriu-lhes então o entendimento
para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes:
«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer
e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia,
e que havia de ser pregado em seu nome
o arrependimento e o perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém.
Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».


Ressonâncias

O Evangelho deixa bem claro que a Ressurreição de Jesus foi um facto, mas os apóstolos não conseguiram acreditar facilmente na Ressurreição. O caminho foi longo, difícil, penoso, carregado de dúvidas e incertezas.

O caminho espiritual dos apóstolos para chegar à fé continua o mesmo. Como eles, também nós podemos "ver" Cristo ressuscitado, no meio de muitas dúvidas, incertezas e medos. Quando nos reunimos em comunidade, sempre que encontramos a sua palavra, ele está entre nós. Aos poucos os nossos olhos vão se abrindo e vamos descobrindo que, quem morre com Ele, com Ele entra na plenitude da vida de Deus.
Destacamos, assim, alguns elementos:

1. Os discípulos descobriram a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no meio da comunidade. Cristo continua a ser o centro, onde a comunidade se constrói e se articula.

2. Esse Jesus ressuscitado é o Filho de Deus, que reentrou no mundo de Deus, mas não desapareceu da nossa vida, nem da Comunidade.

3. As dúvidas dos discípulos mostram a dificuldade que eles sentiram em percorrer o caminho da fé, até ao encontro pessoal com o Senhor ressuscitado. Foi uma longa caminhada de amadurecimento da própria fé.

4. O gesto de tocar e comer ensina-nos que o encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado foi um facto real e palpável.

5. O Ressuscitado revela o sentido profundo das Escrituras. A comunidade deve reunir-se com Jesus ressuscitado para escutar a Palavra, que sempre ilumina a nossa vida e nos ajuda a descobrir os caminhos de Deus na história.

6. Os discípulos recebem a missão de serem testemunhas de tudo isso. A raiz da Missão é o encontro com o Ressuscitado e a compreensão das Escrituras. Viver e anunciar essa novidade é a missão da comunidade eclesial, que vive do amor e da presença do Senhor em seu meio.

Cristo continua a precisar de testemunhas. E nós somos chamados a testemunhar a presença do Ressuscitado, através de nossas palavras e acções. Até que ponto somos testemunhas de Cristo: conhecendo, vivendo e anunciando essa mensagem? Não adianta proclamar que Jesus ressuscitou e não viver o projeto do Reino que ele anunciou e viveu.

Cristo ainda hoje continua a lembrar-nos: "Vós sois as testemunhas de todas estas coisas"
O que pretendemos testemunhar nesta semana?


Falar com Deus

Certo dia, ao regressar da escola, eu e os meus colegas de escola, avistámos ao longe um homem a quem costumávamos provocar com o nome de Zé Feio, por não ser muito dotado a nível da aparência. Uma chuva de nomes, tão bonitos quanto ele, encheu o ar. Mas nesse dia ele não reagiu, não correu atrás de nós, nem nos ameaçou. Vinha diferente. De vez em quando parava, falava com as plantas, tocava nas pedras dos muros, bailava no meio da estrada e dizia:
– Eu gosto da Maria e a Maria gosta de mim.

Nós ríamos com aquela atitude e concluíamos que para além de Zé limitado na beleza também era no juízo. E lá continuava ele com a mesma ladainha, dizendo a torto e a direito que gostava da Maria e esta gostava dele. Não se importava com a nossa presença nem com o nosso gozo. Só pensava na pessoa amada e repetia vezes sem conta.

Quando o coração está cheio, tem de transbordar. Só falamos daquilo que enche o nosso coração. Recordo isto, ao ouvir os Apóstolos a falar de Cristo. Eles não paravam de falar, sendo por toda a parte Suas testemunhas.
É preciso transformar-se para O ver transformado.

És tu, sou eu que pomos em causa Jesus, dizendo ao mundo se ressuscitou ou não. A nossa pregação só é longa se a devoção for curta.

Pe. José David Quintal Vieira, scj


Eu tenho-Te ao meu lado e não te vejo,
– Sou como os Peregrinos de Emaús!
Mas basta que Tu soltes um lampejo,
P'ra que, em verdade, eu diga: «Este é Jesus!»

Vivo a buscar-Te no maior desejo,
Vivo a buscar-Te por atalhos nus...
E tenho-Te ao meu lado, e não Te vejo,
– Sou como os Peregrinos de Emaús.

Na graça que semeias e derramas,
Meus tristes olhos limpa-mos de escamas,
P'ra que mos cegue todo o Teu fulgor!

Pois sendo como sou de argila impura,
Como é que posso erguer-me a essa altura,
Sem que me venhas ajudar, Senhor?!

António Sardinha

Bendizemos-Te, Pai,
porque Cristo ressuscitado
vem romper os ferrolhos das nossas portas
e corações, fechados pelo medo, pela dúvida,
pela apatia e desânimo.

Custa-nos a crer que Cristo esteja verdadeiramente vivo,
hoje como ontem, e que partilhe connosco a mesa
e o pão da esperança.

E contudo, é seguro: Jesus é o Senhor ressuscitado!
Ele faz brilhar na noite a aurora da ressurreição
para os que crêem apesar da escuridão e do medo.

Não permitas, Senhor,
que ponhamos resistências a acreditar em Ti.

Dá-nos o teu Espírito para que, diante dos nossos irmãos,
sejamos testemunhas valentes
da tua salvação e do teu amor de Pai. Amen.

 

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